Trigo Brasil
Dependência brasileira por importações torna o país suscetível a aumentos do cereal, diz AF News
A baixa oferta nacional de trigo volta à tona para assombrar os consumidores brasileiros, já sensíveis aos aumentos de preços. Farinha, macarrão, biscoitos e o pãozinho devem ter novos reajustes nos próximos meses em razão da entressafra do cereal, da dependência das importações e do dólar em alta.
A colheita 2013 de trigo no Brasil começa em final de agosto, sendo que o grão colhido nesta época estará apto para moagem em meados de setembro. Isto significa que em julho, agosto e setembro, os moinhos do Sul e Sudeste do país terão um forte incremento nos custos da farinha, considerando a necessidade de importação com uma taxa de câmbio que se apreciou em 12% em pouco mais de um mês.
Até o final de julho haverá isenção do pagamento da TEC (Tarifa Externa Comum) para as importações de trigo externas ao MERCOSUL. Após esta data, espera-se um incremento de 10% no custo, já que Argentina, Uruguai e Paraguai não dispõem de estoques para suprir a demanda brasileira neste momento.
A CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), que realiza quinzenalmente leilões de venda, tem apenas 100 mil toneladas de trigo para ofertar. Não bastasse a baixa disponibilidade, os preços nos leilões de junho elevaram-se em até 30% comparados com aqueles realizados em final de maio. Já os preços do pouco trigo que resta no país subiram pelo menos R$ 120 por tonelada no decorrer de um mês no Paraná, maior estado produtor nacional.
Segundo Gabriel Ferreira, analista de mercados do portal de notícias agrícolas AF News, a crise no abastecimento de trigo no Brasil acompanha a conjuntura mundial da safra 2012/13, com destaque para problemas climáticos que afetaram a produção de trigo do Brasil e principalmente da Argentina, o nosso maior fornecedor. Naquele país, segundo dados do Ministério de Agricultura argentino