Travessia dos andes
SANTIAGO, Chile — Em novembro, as presidentes do Chile, Michelle Bachelet, e da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, se reunirão no Vaticano para celebrar os 25 anos do tratado de paz e amizade entre os dois países. Na ocasião, elas também assinarão um acordo que, entre outras iniciativas, contempla a construção de um túnel ferroviário através da Cordilheira dos Andes.
Conforme La Tercera, o acordo prevê a recuperação da linha férrea entre as localidades de Los Andes (Chile) e San Juan de Cuyo (Argentina) e a construção de um túnel de altura baixa com 23 km de extensão para substituir a atual passagem de fronteira do Cristo Redentor.
O projeto até agora vinha sendo considerado impraticável e necessita de um investimento de US$ 4,5 milhões para obras que durariam nove anos. A coordenação do acordo e dos elementos para consolidá-lo está nas mãos do ex-chanceler argentino Rafael Bielsa.
Batizado de Corredor Bioceânico Logístico Central, o projeto foi apresentado por Bielsa no Fórum do Setor Privado da 5ª Cúpula das Américas, realizada em abril em Trinidad e Tobago. Segundo a agência Télam, o ex-chanceler disse que o empreendimento seria uma obra incrível. “Estamos projetando o Canal do Panamá do sul, mas através das rochas”, comentou.
De acordo com o jornal La Tercera, o corredor terá 102 estações de trem entre Buenos Aires e o porto chileno de Valparaíso, na costa do Pacífico. Conforme a AP, Bielsa explicou que atualmente os trens precisam descarregar no sopé das montanhas para que caminhões levem a carga de um país a outro pela passagem do Cristo Redentor. “A travessia de automóveis e de outros veículos como ônibus e caminhões será feita de forma a carregá-los sobre vagões de trem”, afirmou o ex-chanceler sobre o novo corredor.
“Esta obra na verdade não é entre a Argentina e o Chile, mas entre o Mercosul e o Chile, por causa da densidade do movimento registrado e por permitir que cargas de Brasil,