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Janeiro de 1817. O vento gélido dos Andes penetrava fácil nos uniformes esfarrapados de um dos exércitos mais obstinados das Américas. Os ponchos doados pelas mulheres identificadas com a causa da libertação não eram capazes de resguardar o calor da tropa. As alturas das montanhas, que tantas vidas cobraram, eram o primeiro e, talvez, o mais cruel inimigo daqueles homens. A cada passo, o objetivo parecia ficar mais distante. Entre os cavalos e mulas que levavam soldados e mantimentos, somente os mais fortes e afortunados sobreviveriam. Para aqueles que acreditaram no ideal da revolução, não seria diferente. Mas no comando daquelas centenas de homens havia um general determinado e em busca de seu grande ideal: um continente livre e soberano.
Quase trinta e nove anos antes, no dia 25 de fevereiro de 1778, num povoado às margens do rio Uruguai chamado Yapeyú – atual província de Corrientes, na Argentina –, nascia José Francisco de San Martín. O sangue dos colonizadores corria forte em suas veias. Ele era o quinto filho do governador da região, o capitão espanhol Juan de San Martín, e de Gregória Matorras, descendente de uma família de conquistadores também espanhóis. Logo aos 6 anos, a ligação de seu pai com a terra natal o levaria pela primeira vez ao Velho Continente. Foi na Espanha que San Martín iniciou sua bem-sucedida carreira militar. Aos 13 anos, ele já participava de seu primeiro combate, durante o sítio à atual Argélia.
Sua bravura e o aguçado senso estratégico logo o colocaram em evidência. Em 19 de julho de 1808, o jovem San Martín liderou o Regimento de Bourbon contra as tropas de Napoleão e ajudou o exército de Andaluzia a dobrar as forças francesas. A batalha de Baylén foi a primeira grande derrota de Napoleão e culminou com a libertação de Madri.
Na maçonaria
Foi nesse período que ele conheceu um nobre