Transvanguarda
"Transvanguarda significa que foi adotada uma posição nômade, não respeitando nenhum engajamento definitivo, não tendo nenhuma ética privilegiada, senão aquela de seguir os 'diktats' de uma temperatura mental e material sincrônica com a instantaneidade da obra." (Achile Bonito Oliva)
Desde o final da década de 70 até a atualidade, as artes plásticas se caracterizam pela ausência de movimentos definidos. De modo geral, os artistas integram-se à indústria cultural e têm menos reservas quanto à comercialização da arte. A recusa de muitos artistas nos anos 60 e 70 em trabalhar com suportes tradicionais, como a pintura e a escultura, e em participar de exposições em galerias e museus diminui nos anos 80. No fim dos anos 70 e nos anos 80, jovens artistas da América Latina começam a ganhar reconhecimento internacional. A ampliação da oferta de obras de arte e o alto preço atingido pelos artistas mais notórios levam o consumidor a buscar opções menos caras. A partir dos anos 90, ocorre uma revalorização da pintura e da escultura. Surgem em todo o mundo artistas jovens que ignoram os movimentos de vanguardas e optam pela recuperação de linguagens e elementos do passado.
Essa tendência em 1979 é chamada pelo crítico italiano Achille Bonito Oliva de transvanguarda, no livro A transvanguarda italiana, 1980, para designar uma tendência da arte italiana exemplificada por artistas como Francesco Clemente, Mimmo Palladino, Cucchi, Sandro Chia e Nicola de Maria. Essa nova orientação de arte inspirou-se no neo-expressionismo internacional dos anos de 1970, sobretudo no alemão e norte-americano, que tinham como tema as memórias da guerra, as marcas deixadas pelo Nazismo e a identidade nacional, todos esses temas viraram referência para as obras transvanguardistas.
Na Itália, o desenvolvimento de uma tendência neo-expressionista na arte é tributária de sugestões inscritas na arte povera, sobretudo do