Transportadores de glicose
Bioquimíca II
Raquel Jacobus
TRANSPORTADORES DE GLICOSE
A glicose (GLI) é a principal fonte de energia para todos os tipos celulares de mamíferos, nos quais é responsável pelo provimento de ATP tanto em condições aeróbicas como anaeróbicas. A GLI é uma molécula polar, insolúvel na membrana plasmática, e o seu transporte é realizado através de difusão facilitada, portanto a favor de seu gradiente de concentração, e dependente da presença de proteínas transportadoras (GLUTs) na superfície de todas as células. Além disso, em células epiteliais como as do intestino delgado e do túbulo renal, os processos de absorção e reabsorção, respectivamente, ocorrem através de um processo de transporte acoplado ao íon sódio (Na+), o qual promove um transporte contra gradiente de concentração de GLI e a favor do gradiente de concentração de Na+, através de
SGLTs presentes na bordo em escova da célula epitelial. Nestas células, a GLI concentrada no intracelular difunde-se para o extracelular por difusão facilitada através de GLUTs presentes na membrana basolateral.
Os GLUTs têm capacidade de realizar fluxo bidirecional de GLI e, de fato, é o gradiente do substrato que determinará a direção intra ou extracelular da GLI (Bell et al, 1990).
Considerando-se que a GLI, como substrato energético, está constantemente sendo consumida nas células, as forças de gradiente garantem um influxo do substrato na maioria dos tipos celulares, através das diferentes isoformas de transportadores. Entretanto, basta a concentração intracelular de GLI ser maior que a extracelular para que as forças de gradiente promovam um efluxo do substrato através da isoforma presente. Isto acontece, por exemplo, através do GLUT2 em hepatócitos, nos quais a glicogenólise e/ou a gliconeogênese elevam a concentração intracelular de GLI, ou ainda, através de GLUT 1 ou GLUT 2 em células epiteliais de intestino e túbulo renal, nas quais a GLI é transportada