Tradições e mitos africanos
Na Savana Sudanesa, entre os praticantes assíduos das religiões africanas tradicionais, geralmente conta-se a idade pelo número das estações chuvosas. Para indicar que um homem é idoso, fala-se dos números de estações das chuvas que ele viveu. (Ki- Zerbo e Hama, História geral da África, p.85).
A partir desse contexto, podemos compreender parte da dimensão social que essas estruturas culturais tradicionais que conduz o povo africano, levando-os a uma permanência ou mesmo a continuidades de práticas extraídas das raízes de seus ancestrais. Entanto, tradições e mitos que se transmitiam de forma a resultar em práticas perenes, ou seja, são as práticas base para o forjamento e dignidade do tradicional africano.
O zelo para a manutenção de colocar em exercício os ensinamentos, através das tradições, dava assim continuidade à missão de seus ancestrais, ao perpassar através dos anciãos, que eram vistos com respeito e idoneidade. Portanto, possuíam o dever de disciplinar e dar seqüência a história de gerações passadas, elaborada de forma oral, através de cantos, poesias e outros métodos orais, assim introduzia aos descendentes as genealogias e histórias do povo. Para os povos africanos, era essencial manter as tradições, práticas e rituais vividas por seus ancestrais. Carregavam o passado ao presente e, preparava-o estabelecendo o futuro através de seus descendentes, perpetuando assim toda a história, mitos e rituais de seu povo.
“Um africano foi convidado a aceitar a introduzir-se ao Islamismo. Entanto, respondeu que iria primeiro perguntar a seu ancestral”. (Ki zerbo e Hama, História geral da África, cap2).
Esta citação enfatiza o quão fortemente as tradições estão enraizadas nos povos africanos, pelo fato que, trazem como estrutura de vida não algo novo ou uma nova cultura, mas, práticas exercidas e transmitidas por séculos, por gerações, com o intuito