No período dos governos militares pós-1964, as políticas adotadas em nível federal, por intermédio de órgãos como Departamento Nacional da Criança. A Legião Brasileira de Assistência e a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor - Funabem, continuaram a divulgar a idéia de creche e mesmo de pré-escola como equipamentos sociais de assistência à criança carente. Nesse período, o crescimento do operariado, o começo da organização dos trabalhadores do campo para reivindicar melhores condições de trabalho, a incorporação crescente também de mulheres da classe média no mercado de trabalho, a redução dos espaços urbanos propícios às brincadeiras infantis, como os quintais e as ruas, fruto da especulação imobiliária e do agravamento do trânsito, e a preocupação com a segurança contribuíram para que a creche e a pré-escola fossem novamente defendidas por diversos segmentos sociais. Segundo essa perspectiva compensatória, o atendimento às crianças dessas camadas em instituições como creches, parques infantis e pré-escolas possibilitaria a superação das condições sociais a que estavam sujeitas, mesmo sem a alteração das estruturas sociais geradoras daqueles problemas. Assim, sob o nome de " educação compensatória ", foram sendo elaboradas propostas de trabalho para as creches e pré-escolas que atendiam a população de baixa renda. Por outro lado, a entrada cada vez maior de mulheres das camadas médias da população no mercado de trabalho produziu um crescimento significativo de creches e pré-escolas, principalmente as de redes particulares. Preocupadas com o aprimoramento intelectual dos filhos daquelas camadas sociais, as novas instituições trouxeram em seu bojo novos valores: a defesa de um padrão educativo voltado para os aspectos cognitivos, emocionais e sociais da criança pequena O atendimento educacional preconizado por aqueles setores, sob a influência de estudos médicos e psicológicos, que apontavam as possibilidades de promover o desenvolvimento infantil desde o