Trabalho e sofrimento psíquico
TRABALHO E SOFRIMENTO PSÍQUICO
O sofrimento vivenciado por algumas pessoas no ambiente de trabalho pode ser devido à incompatibilidade entre a história individual de cada um (anseios, necessidades, projetos) e o modo organizacional do trabalho, que acaba por não enxergar o indivíduo como um todo. Assim o sofrimento é desencadeado quando o trabalhador se vê impossibilitado de realizar mudanças no ambiente laboral, ou na atividade que desempenha, a fim de torná-los mais adequados à suas necessidades físicas e psicológicas.
No ambiente de trabalho, pode-se afirmar que a insatisfação com o conteúdo significativo da tarefa e ao seu conteúdo ergonômico, acaba por gerar o sofrimento do trabalhador. Muitas vezes aquela tarefa não tem um sentido para o trabalhador, que passa a não investir se empenhar na execução da mesma. O trabalhador começa a se sentir inútil e de certa forma desqualificado, acarretando o surgimento de uma depressão, que se manifesta através da fadiga. Esse cansaço o coloca frente ao trabalho como um ser condicionado, sem criatividade e capacidade intelectual. Segundo Dejours, quanto mais rígida é a organização do trabalho, mais acentuada é a divisão do trabalho, menor é o conteúdo significativo do trabalho e menores são as possibilidades de mudá-lo. Em análise, o sofrimento aumenta.
A valorização do trabalho e o reconhecimento pelo outro, estão diretamente relacionados com a complexidade na execução da tarefa e a responsabilidade por ela imposta. Na tentativa de melhor executar a tarefa, o trabalhador coloca toda sua energia e investimento pessoal, mas quando este esforço não é reconhecido, nem por seus colegas nem por seus superiores, esta situação passa a ser geradora de sofrimento.
Como o reconhecimento não é algo que aconteça de forma rotineira, entende-se que o sofrimento está sempre presente no ambiente de trabalho, e para que não haja um desequilíbrio