BALARD, Michel e DUCELLIER, Alain. BIZÂNCIO E O OCIDENTE.in:LE GOFF, Jacques e SCHMITT, Jean-Claude. DICIONÁRIO TEMÁTICO DO OCIDENTE MEDIEVAL. Bauru-SP, EDUSC, 2002. | BIZÂNCIO E O OCIDENTE | - “Bizâncio ignorou quase que totalmente a geografia, contudo inventada pelos gregos antigos e florescida na idade média entre seu inimigo e vizinho, o islã” (pág 119)- “Esta 'cegueira geográfica' dos Bizântinos não se deve ao acaso, e sim a concepção romano bizantina do poder imperial, encarnação terrestre do poder de Deus, que sacraliza não apenas o soberanop mas também a totalidade dos territórios e pessoas que reconhecem essa supremacia. Deste mod, visto do império, os espaços exteriores (…) cerca o ecumeno e são considerados inexistentes. Porque não reconhecem a autoridade de Constantinopla; (…) é preciso não esquecer que Bizâncio possuía um excelente sistema de informações sobre os bárbaros(...).” (Pág 119) | Um Tenaz Desinteresse pelo Ocidente | - “ (…) não nos deve surpreender: trata-se de um saber que permanece implicito, que se evita o máximo possível reproduzir porque é técnico, como a estenografia ou o direito, estes também excluídos e considerados pouco dignos. (…) eles possuem também uma cultura cujos contornos foram enrijecidas pela cristianização, (…) soberanos dos século XIII ao XV, (…) dotam o império de um ensino superior parcialmente inspirado na inexperiência universitária ocidental (…).” (Pág 120)- “(...) antes do século XV, uma tenaz mentalidade “romanocentrista”(...) a própria palavra Europa designa muito raramente o continente europeu, sendo utilizada quase sempre para indicar provincias europeias do império(...) Romano III evita conduzir uma expedição contra os ocidentais por considerá-los muito fáceis de vencer, preferindo atacar o s árabes de Alep, um adversário digno deste nome. É verdade que as amputações sofridas após 1071 revalorizam o conceito de Europa, mas apenas em proveito das províncias Bizântinas, coração residual do império.”