TRABALHO LITERATURA BRASILEIRA Manuel Bandeira

André Augusto Caetano
A poesia de negação de Manuel Bandeira tem como objetivo nos trazer novas possibilidades e estimular a ruptura com os valores passados. Ao negar os valores através da repulsa, vem a defender uma nova linha de pensamento muito diferente da que se havia difundido na literatura e acaba estabelecendo uma nova proposta: uma proposta de conscientização do fazer poético autêntico e o desejo de um lirismo libertador.
Esse lirismo libertador defendido por Bandeira está dividido basicamente em duas imagens:
- Linguística: “Todas as palavras, sobretudo os barbarismos universais Todas as construções, sobretudo as sintaxes de exceção Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis...”
- Comportamental : ... o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbados O lirismo difícil e pungente dos bêbados O lirismo dos clowns de Shakespeare “
Manuel Bandeira vem a defender a lírica livre de normas pré-concebidas, ao salientar que todas as palavras, construções e ritmos, em especial os barbarismos universais, sintaxes de exceção e os inumeráveis ritmos devem participar da criação poética pois são manifestações linguísticas naturais, inconscientes e movidas pelo impulso. O recurso utilizado para reforçar o uso destas formas de expressão é dado através da utilização de palavras como “todas” , “todos” “sobretudo”. O autor utilizando-se de maneira muito sábia vem utilizar em seu poema palavras que nos trazem uma retomada da “exceção da exceção” como barbarismos e sintaxes, pois são muito relevantes ao dar ao autor uma liberdade e liberalidade poética muito presentes na estética modernista e acaba dimensionando tais recursos de maneira muito perspicaz .
No campo comportamental, inteligentemente o poeta utiliza a defesa de um lirismo de loucos, bêbados e clowns. Mas por qual motivo teria o autor utilizado estes tipos humanos para pregar a liberdade artística? Ao utilizar estes tipos de personagens específicas encontradas na sociedade: de sanidade (louco), conduta (bêbado) e