Plano de Aula - era Vargas pela música
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: OFICINA DE HISTÓRIA DO BRASIL
JOÃO ERNANI FURTADO FILHO
KEVIN BRITO GONDIM FERREIRA
HISTÓRIA CULTURAL DOS POVOS AFRICANOS NO CONTEXTO DA MODERNIDADE: SUA PRESENÇA NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA COLONIAL
FORTALEZA, CEARÁ
2015
O músico e o contexto
João Machado Guedes, o João da Baiana, foi um compositor popular, cantor e instrumentista brasileiro nascido em 1887 no Rio de Janeiro. Era neto de escravos que, depois de libertos, se mudaram da Bahia para o Rio de Janeiro onde montaram uma quintada para a venda de gêneros afro-brasileiros. Sua mãe, Perciliana Maria Constança, mais conhecida como Tia Prisciliana de Santo Amaro, preparava doces baianos e competia com outras “tias baianas” para ver quem dava as festas mais animadas: em tais festividades, se reuniam músicos a tocar e improvisar sambas e outros gêneros. João da Baiana cesceu neste ambiente, e logo aos 10 anos de idade escreveu seu primeiro samba e demonstrava grande aptidão pelo pandeiro, introduzindo este instrumento nas batucadas de samba. Cresceu em meio as festas de candomblé, tendo incorporado os elementos em toda a sua escrita: gravou diversos corimás, com algumas palavras em dialeto africano. Em 1952, por exemplo, ele lançou os ritmos afrobrasileiros “Lamento de Inhançã” e “Lamento de Xangô”, de sua autoria. Por quatro anos seguidos, gravou um disco intitulado “João da Baiana no seu terreiro”.
Um episódio marcante em sua vida diz respeito inclusive a intolerância e repressão à manifestações populares, fundamentalmente as de matriz afro. Em 1908, quando se apresentava na tradicional Festa da Penha, teve seu pandeiro apreendido pela polícia, uma vez que as autoridades e classes dominantes não viam com bons olhos tais expressões, encaradas como manifestações turbulentas, de caráter atrasado, grosseiro e bárbaro, fontes de desordem e revelador da ociosidade. A repressão e a proibição era o