Trabalho linguistico
Durante toda a primeira metade do século XX, a aplicação às línguas do conceito de estrutura, legado de Saussure, produziu muitos trabalhos, mas, naturalmente, muitos recortes, e fatalmente a descoberta de pontos árduos ou impossíveis de dar conta por esse modelo. Assim, o estruturalismo saussuriano acumulou excluídos e entreabriu vertentes que não podia explorar. Essa acumulação, provavelmente, levou o seu modelo à crise e a segunda metade do século XX explodiu em novas teorias ou, ao menos, novas abordagens para o estudo da língua.
As vertentes foram muitas, não hegemônicas, a maior parte motivada pelo resgate de um ou alguns dos excluídos, o que produziu a atenção também sobre trabalhos de cunho funcionalista, que já se desenvolviam. Preocupados com a contextualização da língua na interação social, que, segundo esse ponto de vista, gera as estruturas, privilegiam o discurso e a semântica, esta em abordagens mais amplas que aquelas propostas pelo estruturalismo.
Assim, o sujeito, a historicidade, a interação na comunicação humana, a dinamicidade avultam em muitas tendências, o que aponta, entre outras coisas, para uma mais possível interdisciplinaridade. Não só a langue, mas o discurso (mais que a parole); quando não a subjetividade, a pessoalidade (o sujeito, mesmo que não como agente, mas como operacionalizador); a questão do significado/sentido; as circunstâncias da efetivação do falar; as seleções de formas lingüísticas historicamente consolidadas; o diálogo como elemento constituinte da língua. Além disso, a chamada revolução chomskiana trouxe à tona a questão do aparato genético humano, contestando as teorias de aquisição da linguagem de modelo behaviorista e apelando para uma interface lingüística/biologia, não mais nos moldes deterministas do século XIX, mas voltada para o estudo do cérebro e da mente.
Enfim, os interessados no fenômeno das línguas