Trabalho Leituras Dirigidas IX
Daiane de Souza Alves
“Todos os bens pertencentes á Raynha de Portugal, ao Principe Regente e aos Principes que disfructam apanágios, serão sequestrados. Todos os bens dos Fidalgos, que acompanharam o Principe, quando abandonou a paiz, que não se tiverem recolhido ao Reyno até o dia 15 de Fevereiro, de 1801, serão igualmente sequestrados. Napoleão” (Gazeta de Lisboa, de 9 de Fevereiro, de 1808). (COSTA, 2001, p. 170).
O fim do século XVIII e o início do século XIX foram marcados por diversos conflitos políticos, dentre eles estão os interesses defendidos por Napoleão Bonaparte. O abandono da Família Real e da Corte Portuguesa da então sede do império, devido às ameaças de invasão napoleônicas desencadearam um processo irreversível para a manutenção do Império Português. “A vinda da Corte para o Brasil e a opção de fundar um novo Império nos trópicos já significaram por si uma ruptura interna nos setores políticos do velho reino.” (DIAS, 1986, p. 12).
Diante desses aspectos é evidente a importância de jornais como o Correio Braziliense sob a direção de Hipólito José da Costa, que serviu de fonte para a população letrada se inteirar do panorama político que se formava tanto na Europa quanto na América no início do século XIX. Além disso, se torna inegável a riqueza de detalhes que facilita o trabalho historiográfico acerca da compreensão desses fatores para a formação de uma nacionalidade brasileira que segundo Maria Odila Dias já se inaugurava com a transferência da Corte para o Brasil. 1
Ora, analisando essas transformações e nos valendo das reflexões de Andrea Slemian, a partir dos moldes definidos por François- Xavier Guerra, onde segundo ele, desde 1850 é possível observar uma mudança no sistema de práticas e valores, sejam eles ligados aos periódicos, jornais e o desenvolvimento de sua forma impressa bem como nas transformações do próprio