A orquestra é complexa e contrastante. Assim é definida a realidade brasileira, no que diz respeito à exploração infantil. Do Arroio ao Chuí, esse problema é observado, embora, ignorado e bem mascarado, um verdadeiro circo onde a sociedade observa e participa, e a cada quatro anos escolhem os novos dirigentes desse espetáculo. Um país em desenvolvimento, participante do BRICS, referência econômica mundial e grande ocultador das desigualdades sociais. A ineficiência do Estado é a principal ferramenta para esse assassinato doloso ao futuro de inúmeras vidas. A má distribuição de renda, investimentos e incentivos são alguns de vários reflexos que assolam a população, e, em especial, as crianças. A má formação escolar, evasão, tráfico e trabalho infantil são algumas de várias incógnitas que o menor de idade está sujeito na terra do samba e do futebol. Trabalhar para sustentar a família e assegurar o pão de cada dia, palavras que nenhum menino ou menina deveria ser responsável. Infelizmente, essa realidade existe, e, é bem difundida no país. Seja no campo ou nas cidades, seres inocentes habituados ao trabalho, única forma de viver. Uma fase perdida, um amadurecimento forçado apoiado pelo eclipse formado entre o Estado e as pessoas carentes, chamado de capitalismo. Leis e políticas que cada dia mais, extermina o futuro dessa infância. Nesse contexto, pão e circo e indiferença são mais apropriados do que ordem e progresso. Fora a incompetência do Estado, outro agravante é a sociedade, ignorante e omissa diante desta situação. Já não bastam políticas incompletas e uma ação defeituosa de fiscalização e aplicação daquilo prescrito em lei, a maioria das pessoas não se importa com o que acontece em sua volta, já que, não prejudicando os seus, colocam tampões em seus olhos. Desse modo, abandonado por todos os lados, somente resta aceitar a exploração e continuar o jogo de culpa e críticas da sociedade contra o governo, sendo que, nada mude. Em