Trabalho Ilha Das Flores
O curta-metragem Ilha das Flores, com roteiro de Jorge Furtado, foi produzido em 1989 pela
Casa de Cinema de Porto Alegre, tendo por escopo uma crítica perspicaz à situação de miserabilidade que os habitantes da região da Ilha das Flores viviam.
Como se demonstra ao longo do documentário, a Ilha das Flores está localizada à margem esquerda do Rio Guaíba, a poucos quilômetros de Porto Alegre, e para lá é levada grande parte do lixo produzido na capital. Este lixo é depositado num terreno de propriedade de criadores de porcos.
Logo que o lixo é descarregado dos caminhões, os empregados separam parte dele para o consumo dos porcos, e durante este processo começam a se formar filas de crianças e mulheres do lado de fora da cerca, à espera da sobra do lixo - que utilizam para alimentação. Como as filas são muito grandes, os empregados organizam grupos de dez pessoas que, num tempo estipulado de cinco minutos, podem pegar o que conseguirem do lixo.
A exposição didática das ideias, de forma encadeada e amarrada às informações, constitui o eixo em torno do qual acabam gravitando os espectadores. Outra característica marcante do curtametragem é a profusão de imagens: é como se tudo fosse uma verdadeira colagem feita pelo diretor e pelos editores do filme. O curta faz uma crítica às desigualdades sociais, à ausência de políticas públicas e à miséria de parte da população brasileira, demonstrando seres humanos numa condição abaixo de porcos.
Diante do tema extremamente abrangente, e ensejador a diversas análises, passamos a estudar como se entende a desigualdade social no Brasil, e de que forma poderíamos relacioná-la à questão da Responsabilidade Civil do Estado. Pois bem.
Decorrente, essencialmente, da má distribuição de renda, as consequências da desigualdade social no Brasil são observadas na favelização, pobreza, miséria, desemprego, desnutrição,