trabalho de fundamentos psicanaliticos
Embora Freud mantivesse o divã durante toda sua prática clínica usado originalmente nas sessões hipnóticas, ele abandonou o uso da hipnose substituindo pelo método de associação livre e vindo a desenvolver a teoria psicanalítica. Foram muitas as razões que levaram Freud a abandonar o uso da hipnose, podendo-se citar pelo menos três motivos principais. Nesta época de experimentação científica, ainda havia muita desinformação, desconhecimento e mitos a respeito do que era ou não hipnose e como se deveria trabalhar com ela. A hipnose era confundida com o conceito de sugestão, acreditando-se que estes dois conceitos eram sinônimos iguais. Não se compreendia a hipnose como uma técnica terapêutica de alta focalização da atenção, uma ferramenta e que a sugestão (direta ou indireta) seria somente uma forma de comunicação usada na hipnose.
O segundo motivo para Freud abandonar a hipnose foi o fato de utiliza-la basicamente de uma maneira formal e direta para tratamento das pacientes histéricas. Este tratamento consistia basicamente em impor as histéricas sugestões diretas e expressas para que seus sintomas fossem eliminados e desaparecessem. Vale lembrar que nesta época, os problemas psicológicos eram tratados por médicos e ainda não havia nenhuma teoria psicológica que explicasse a função do sintoma ou dessa conta dos fenômenos ocorridos. Dessa forma, os terapeutas médicos não buscavam a função ou elaboração do sintoma, fornecendo somente sugestões diretas e autoritárias para sua eliminação. Era de se esperar que houvesse, o que Freud chamou mais tarde, de deslocamento do sintoma pois o conteúdo psíquico e afetivo não era em momento algum pesquisado ou trabalhado.
O terceiro grande motivo foi se considerar necessário estados profundos de hipnose, onde acreditava-se o paciente deveria ficar passivo e dormir perdendo sua consciência e vontade. Pensava-se que não haveria hipnose e as sugestões diretas não seriam