toxoplasmose congenita
As infecções perinatais afetam 0,5 a 2,5% de todos os nascimentos e constituem um grande problema de saúde pública pela elevada morbi-mortalidade. Infecções neste período não são de fácil diagnóstico, pois mesmo na gestante cursam oligossintomáticas, passando despercebidas ; no recém nascido (RN) a grande maioria é assintomática, com surgimento tardio de manifestações clinicas ou até mesmo de suas seqüelas. Os exames sorológicos mais disponíveis para o concepto, nem sempre são contributórios devido a transferência de anticorpos maternos da classe IgG, daí a necessidade de uma boa anamnese materna, com enfoque na sua história social,exame clinico acurado do RN e avaliação laboratorial do binômio. A toxoplasmose congênita é uma doença infecciosa que resulta da transferência transplacentária do Toxoplasma gondii para o concepto, decorrente de infecção primária da mãe durante a gestação ou por reagudização de infecção prévia em mães imunodeprimidas.
Agente: Toxoplasma gondii. Parasita intracelular, descrito no inicio do século passado na
França e no Brasil.(1,2,3,4,5,6)
Tem como fatores de risco: mãe com história de contato com locais contaminados com fezes de gatos, ingestão de leite não pasteurizado, ingestão de carne mal cozida, contato com carne ou ovos crus, se infecta e transmite via transplacentária ao seu concepto.(7)
A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição universal e bem freqüente no ser humano, a prevalência varia de região para região, mais comum em países tropicais. O índice de infecção está relacionado a hábitos alimentares, hábitos higiênicos, população de gatos e climas quentes.
Nos Estados Unidos, 15 a 50% das mulheres em idade fértil, têm anticorpos para toxoplasmose. Em Salvador num estudo realizado em fins da década de 70, cerca de 52% das gestantes eram susceptíveis.(7)
Estima-se que nascem 1 a 10 crianças infectadas pelo Toxoplasma gondii para cada 10.000 nativivos em todo mundo. (8,9,10)