Totalitarismo no filme fahrenheit 451

O TOTALITARISMO NO FILME FAHRENHEIT 451 No século XX o mundo assistiu o surgimento do totalitarismo. Este é um termo que representa uma ideologia e prática política caracterizada pela total subordinação dos indivíduos aos interesses do Estado. Num regime totalitário o Estado possui poderes absolutos sobre toda a vida política, social, cultural, religiosa e econômica. O totalitarismo foi particularmente visível nas ditaduras europeias surgidas após o final da Primeira Guerra Mundial, constituindo uma das características principais do fascismo, do nazismo, do franquismo, do salazarismo e do comunismo soviético. É importante ressaltar que o totalitarismo é um sistema inserido na sociedade de massas, não existindo enquanto tal antes do século XX. O homem de massa é aquele que foi destituído como sujeito político. A despolitização transformou-o em um anônimo no meio da massa, um homem qualquer, sem capacidade política, sem consciência moral, sem julgamento, sem vontade, capaz, assim, de ser tanto a vítima quanto o agente da banalidade do mal. O filme Fahrenheit 451, dirigido por Truffaut em 1966, é uma sátira desse tipo de sociedade inserida no mundo totalitarista. O filme é baseado na obra homônima de Ray Bradbury, escrita em 1953. O mundo dos anos 50 tinha ainda muito fresco na memória os horrores da Segunda Guerra Mundial, o avanço tecnológico já era uma realidade e a televisão tornava-se um entretenimento muito popular. É neste contexto que surge o livro. Fahrenheit 451 é uma novela de ficção científica, e pode ser incluída no rol de narrativas distópicas contemporâneas. A primeira metade do século XX é muito fértil neste tipo de narrativa, que se caracteriza pela descrição de um lugar ou situação imaginários em que tudo é negativo, por oposição ao conceito de utopia que trata de modo positivo o progresso e o futuro da humanidade. É assim que surgem as amargas narrativas distópicas, como um grito de alerta para os perigos de um futuro mundo opressor e sem