torga pessoa
"Miguel Torga é sempre uma referência, não apenas de Coimbra, mas de Portugal. E faz muita falta a Portugal, neste momento em que, mesmo aqueles que têm grandes responsabilidades intelectuais, parecem duvidar daquela que é a mais velha nação da Europa ocidental", afirmou o poeta, em declarações aos jornalistas no final da inauguração de um monumento a Torga no Largo da Portagem.
Segundo o vice-presidente da Assembleia da República, "o iberismo de Miguel Torga não põe em causa aquilo a que ele chamava a sua pátria cívica, nem a viabilidade e independência de Portugal, que é um dado adquirido".
Após ter discursado na inauguração do monumento, junto ao Rio Mondego e do consultório do médico Adolfo Rocha (que escolheu como pseudónimo Miguel Torga), Manuel Alegre disse que o escritor homenageado hoje, centenário do seu nascimento, "era culturalmente um iberista, mas politicamente um português".
O Prémio Nobel português José Saramago defendeu recentemente que Portugal deveria tornar-se numa província de Espanha e integrar um país que passaria a chamar-se Ibéria para não ofender "os brios" dos portugueses.
"São coisas que de vez em quando se dizem, modas. Portugal permanece e já permaneceu depois de muitas modas. O fim da nação portuguesa foi vaticinado desde que Portugal existe, já lá vão 800 anos", comentou Manuel Alegre.
O deputado citou Miguel Torga, nomeadamente que disse: "Meu pobre Portugal, há 800 anos a resistir às seduções de uma Espanha irresistível".
"É um clássico e assim entrou de frente na história da literatura e será sempre uma referência de Portugal, da literatura e da liberdade", sintetizou o deputado socialista.
Segundo a filha de Miguel Torga, a professora universitária Clara Rocha, a intervenção de Manuel