Tolerância e a Intolerância
OT
Faculdade Anhanguera, São Caetano, SP
O antídoto à intolerância se chama - obviamente - tolerância. Sinônimo de complacência, paciência, condescendência. O tolerante é alguém benigno, que sabe desculpar. Capaz de digerir as diferenças e aceitá-las como integrantes da própria condição humana.
Na era do egoísmo a intolerância é a regra. Todos alimentam a pretensão ao monopólio da verdade.
Interessante o raciocínio de Bobbio em relação à atitude prática da tolerância. Paralelamente às razões de natureza utilitária. Tolera-se para sobreviver. Tolera-se para não conflitar. O caso concreto e a correlação entre as forças que se digladiam recomendará a melhor atitude.
Explica-se. O mais forte pode aceitar o erro alheio como exercício de astúcia. Impingir a sua verdade ao mais fraco provocaria escândalo. Seria covardia. Com a consequência de que o erro se propaga mais na perseguição do que no silêncio. O mais fraco se disporia a acatar o erro por prudência. A insistência implicaria em aniquilamento e o gérmen de verdade não subsistiria. Já na equivalência de forças, vigora o princípio da reciprocidade. Cede-se às vezes, para fazer prevalecer a própria opinião em outros casos.
Nada mais desagradável do que os donos da verdade, que insistem na preservação do seu ponto de vista sobre toda e qualquer coisa e que são irredutíveis em aceitar outra opinião.
A tolerância tem a ver com o sincretismo, síntese da manipulação de várias doutrinas, com o intuito de conciliá-las ou fundi-las. Também tem a ver com o ecletismo, teoria para a qual não existiria a verdade absoluta em qualquer sistema, senão mesclada ao erro.
Outro enfoque plausível em termos de tolerância, é o historicismo. Para esta vertente, há muitas verdades e cada uma delas é verdadeira em seu contexto. A verdade é filha do tempo. Aquilo que era verdade na Antiguidade, pode não ser verdade na Idade Moderna.
Ao se abordar a tolerância como tema relevante na filosofia,