to lascado
Tomando como base o texto de Márcia Tiburi¹ Aprender a Pensar é descobrir o olhar ², comecemos uma discussão, uma expressão de opinião sobre a possível diferença entre Ver e Olhar. Será que existe essa diferença?
Ao perguntar a alguém se existe alguma diferença entre Ver e Olhar, certamente ouviremos que não; que Ver e Olhar são sinônimos. E de fato são. Entretanto, mesmo sendo sinônimos, existe diferença entre a ação de Ver e de Olhar.
Vivemos na era da informação, onde tudo que acontece é noticiado com muita rapidez. A quantidade de informações que nos são passadas, e também a rapidez com que são passadas, acaba não sobrando tempo para assimilação e reflexão do que aconteceu/acontece.
Ouvimos muito, mas pouco escutamos; vemos muito, mas pouco olhamos. Quando paramos para olhar algo, devemos nos despir de todo e qualquer preconceito, conceito ou pré-conceito; devemos está abertos ao que iremos presenciar, pois é através do olhar que percebemos o imperceptível.
“É como a arte de um escultor sobre a pedra, que para fazer a forma, deve antes passar pelo trabalho do vazio e retirar todo o excesso para que a forma surja”. (BARBIER, 2002)
O olhar, segundo Márcia Tiburi, é mediado, lento, porque remete a uma reflexão, enquanto o ver é imediato, desatento.
Ver é um “olhar” frio, sem interesse, com propósito de apenas tomar conhecimento de que algo existe, mas sem necessariamente internalizar a sua existência.
Olhar, por sua vez, necessita atenção especial, um momento dedicado a aquela ação – é um compromisso, uma responsabilidade, uma contemplação-. O olhar é algo mais humano, mais caloroso, preocupado com o propósito de perceber, sentir o que acontece consigo e com o mundo a sua volta.
Pode-se dizer que o olhar é o “colocar-se no lugar do outro”, é o olhar o sensível, ponderado, interessado.
“Ver é reto, olhar é sinuoso. Ver é sintético, olhar é analítico. Ver é imediato, olhar é mediado. A imediaticidade do ver