Titulo do trabalho
Ricardo Melani
Professor do departamento de educação física e esportes da Faculdade de Educação / PUC-SP
Fonte: http://www.apropucsp.org.br/revista/r22_r07.htm http://www.apropucsp.org.br/ Heráclito e Parmênides são duas das grandes referências para o pensamento pré-socrático. O primeiro tido por Hegel como o inventor da dialética, acreditava que o mundo é um eterno devir, que as coisas mudam contínua e incessantemente2 e que a permanência não passa de uma ilusão. O segundo, que, para muitos comentadores, teria sido o primeiro a formular os dois princípios lógicos de todo pensamento — o princípio da identidade e o princípio da não-contradição —, e que, para outros, foi o pai da ontologia, acreditava, por sua vez, que o ser é aquele que permanece sempre idêntico a si mesmo. Nesse sentido, o ser exclui as mudanças e as alterações presentes na aparência.
Estas concepções são opostas, mas contêm idéias comuns. Os dois pensadores (a) fazem a distinção entre aparência e realidade; (b) afirmam que essa distinção só pode ser feita pelo pensamento; e (c) estabelecem a experiência sensível como algo suscetível ao engano.
Para Heráclito, a aparência, a ilusão, era a estabilidade das coisas. Para Parmênides, a aparência, a ilusão, era a mobilidade incessante das coisas. No entanto, no entender de alguns estudiosos, os dois filósofos coincidiam quanto à idéia de que só se apreende o verdadeiro pelo pensamento3.
A distinção entre conhecimento sensível e conhecimento do pensamento se consubstancia na contraposição entre opinião e verdade, desenvolvida por Parmênides4. Para ele, os sentidos são de alguma maneira prisioneiros da opinião, ou seja, da suposição, da conjectura, da reprodução das opiniões comumente admitidas, enfim, de algo estabelecido sem fundamento e, portanto, arbitrariamente, algo que parece ser de um modo e que pode vir a ser de outro, dependendo das circunstâncias. Em contraposição a esse