Texto teatral
A história em si é retratada pelos atores por meio do diálogo, no qual o objetivo maior pauta-se por promover uma efetiva interação com o público expectador, onde razão e emoção se fundem a todo momento, proporcionando prazer e entretenimento.
Pelo fato de o texto teatral ser representado e não contado, ele dispensa a presença do narrador, pois como anteriormente mencionado, os atores assumem um papel de destaque no trabalho realizado por meio de um discurso direto em consonância com outros recursos que tendem a valorizar ainda mais a modalidade em questão, como pausas, mímica, sonoplastia, gestos e outros elementos ligados à postura corporal.
A questão do tempo difere-se daquele constituído pelo narrativo, pois o tempo da ficção, ligado à duração do espetáculo, coincide com o tempo da representação.
No intuito de aplicarmos todos estes pressupostos teóricos à prática, analisaremos alguns fragmentos da peça intitulada O Pagador de Promessas, de Dias Gomes:
Bonitão
Não falei por mal. Eu também sou meio devoto. Até uma vez fiz promessa pra Santo Antônio...
Zé
Casamento?
Bonitão
Não, ela era casada.
Zé
E conseguiu a graça?
Bonitão
Consegui. O marido dela passou uma semana viajando.
Zé
E o senhor pagou a promessa?
Bonitão
Não, pra não comprometer o santo."
Rosa
E pra você não se sujar com a santa, eu vou ter que dormir no chão, "no hotel do padre". (Olha-o com raiva e vai deitar-se num dos degraus da escada da igreja).
E se tudo isso ainda fosse por alguma coisa que valesse a pena...
Zé
Você podia não ter vindo. Quando eu fiz a promessa, não falei em você, só na cruz.
Rosa
Agora você