Análise de texto teatral
A vida na Praça Roosevelt surgiu a partir de uma experiência entre a escritora e a companhia de teatro Os Satyros. Tem como principal tema a vida de pessoas que viveram realmente aos redores da Praça em São Paulo.
A peça conta a historia de uma mãe costureira, Sra Mirador, e um pai policial, Sr. Mirador, que perderam seu filho, que adorava laranjas, numa noite de acertos de contas com o tráfico. Este policial fazia a ronda da Praça, por onde passavam e moravam as figuras mais interessantes e diferenciadas como a Aurora, (personagem inspirada na travesti Aurora de Córdoba), Concha - uma secretária solitária que adora gatos e sempre tira fotos para guardar os momentos, Vito – patrão de Concha que detesta o trabalho que faz que é na verdade herança do pai, Bingo – uma cantora de números de bingo, Mundo – desempregado e morador de rua, Maria Dupla – uma mulher solitária que criou uma vida paralela em um jogo de computador, Gloria - uma transexual apaixonada por um E.T., além de algumas outras figuras estranhas como a Mulher Dentada, Homem com Elefantíase, Suzana a transexual mais bela, Amigos do Mundo, homem com um terno- mala e celular e mulher com ossos.
A criação da peça surgiu a partir de um fait divers tirado das páginas de jornais em que um adolescente havia sido morto pelos traficantes para os quais vendia drogas. Algo aparentemente corriqueiro, mas que fora potencializado no teatro, transformando em drama a vida de uns desses heróis cotidianos que sempre vemos perdidos no nosso dia-a-dia.
De acordo com o texto “o fait divers, o inexplicável” para esses personagens reais tornarem-se interessantes é necessário levar para os palcos o comportamento socializado destes heróis e na Praça nota-se o aprofundamento do não- humano nesses humanos como ocorre com Vito, dono de uma fábrica de armas herdada do Pai. Este homem não ama o que faz e sente culpa por produzir material que acaba levando pessoas a