O texto teatral
A história do teatro remonta desde a Grécia antiga (séc. V a. C.), na qual a representação teatral era concebida como a principal atividade artística. Encenavam-se peças, em especial as tragédias, cujo intuito era conduzir os expectadores à catarse - uma espécie de purificação da alma, dada pela liberação das emoções.
Com o passar do tempo, novas modalidades foram se incorporando ao gênero dramático, tais como: as comédias, representações nas quais a temática perfaz-se de fatos circunstancias e corriqueiros, tendo pessoas pertencentes às classes populares como personagens; o auto, uma peça curta e de cunho religioso, cuja temática liga-se a entidades abstratas (amor, hipocrisia, bondade, virtude, dentre outras); e a farsa, voltada para a sátira dos costumes sociais. Desta feita, a concepção catártica foi se esvaindo, cedendo lugar para novos postulados – denúncia de injustiças sociais, reflexões filosóficas acerca de fatos cotidianos, entre outros.
Ao estabelecermos familiaridade com o texto dramatizado, percebemos que ele se assemelha ao narrativo no tocante a vários aspectos, tais como, personagens, enredo, tempo e espaço. Entretanto, diferenças também se acentuam, visto que no texto teatral, a interação entre os interlocutores é estabelecida por meio da própria representação, ora manifestada pelo discurso direto. Tal fato condiciona-se à ausência do próprio narrador, pois é mediante a desenvoltura dos próprios personagens que o enredo é paulatinamente retratado.
Outro aspecto bastante peculiar reside na atribuição dada ao conflito, elemento primordial no gênero em questão. Em meio ao desenrolar do diálogo cria-se uma situação conflituosa caracterizada por uma oposição e uma luta de vontades entre os personagens, condicionando a plateia/leitor a criar uma expectativa em relação aos fatos presenciados ou lidos.
Para que possamos constatar acerca de como tais pressupostos se materializam, analisaremos, pois, alguns