texto sobre o pensar
Ano Letivo de 2014/15
Profª: Olga Prata Filosofia - 10º Ano
Imagine que alguém se aproximava de si e na rua e em vez de lhe perguntar polidamente as horas, ou onde ficava a rua tal, lhe perguntava com a maior naturalidade: - Importa-se de me dizer se sabe pensar?
Imagine que essa pessoa lhe pedia que a ajudasse a pensar, exactamente com a mesma naturalidade, com que lhe pediria lume ou troco de 20 [euros].
Imagine que lhe faziam essa pergunta a si, na rua, ou em qualquer outra circunstância, e tente avaliar pela sua surpresa ao recebê-la e pela resposta que eventualmente lhe daria o que é que pensa a respeito da necessidade de saber pensar; se alguma vez teve dúvidas sobre se sabe ou não pensar; ou quantas vezes e exactamente de que maneira é que o problema se lhe pôs.
Pode achar estranho que essa pergunta lhe fosse posta a si numa situação ocasional de rua. Seria de qualquer modo curioso saber ao certo porque é que seria estranho, e não é estranha a situação contrária, isto é, a situação real em que ela nunca se lhe porá.
Penso, logo desisto, dizia recentemente um jovem matemático. E desisto porque obviamente não sei pensar.
Para além de um pequeno número de operações mais ou menos mecânicas; para além de uns resultados, mesmo criadores, que se conseguem fica um mundo interminável de coisas perdidas na penumbra da incompreensão -- e essas são possivelmente as mais importantes.
A matemática ainda se compreende. A Física, a Química, a generalidade das ciências exactas, progridem e, em geral, de forma surpreendente. Mas quando se trata de compreender o Homem; quando se trata de compreender a morte, o medo, a agressividade, o amor quando se trata de nos compreendermos a nós próprios, vejo-me forçado a desistir.
Poucas pessoas na vida terão alguma vez perdido um minuto do seu sono a pôr ou a tentar resolver essa questão. Mas todas as pessoas