Texto minha terra tem palmeiras
INTRODUÇÃO
O uso de plantas para a cura de doenças tem sido uma prática quase tão antiga quanto a existência do homem; contudo, seu uso já foi justificativa para que muitos fossem jogados à fogueira da Santa
Inquisição. Em um pequeno município do Maranhão, chamado Lago do Junco, esse costume era passado de mãe para filhos, e essa prática se dava tanto em razão da falta de recursos da comunidade para adquirir remédios quanto da ausência de um posto médico onde as pessoas pudessem ser atendidas.
Possuidor de uma vasta e diversificada flora, o Maranhão tem, entre as várias tradições do seu povo, especialmente os que vivem na zona rural, a prática do uso de plantas medicinais no tratamento de várias doenças. No município de Lago do Junco, essa prática diferenciou-se, em virtude de a comunidade tê-la transformado em uma forma de melhorar sua qualidade de vida, por meio da implantação do Horto e da Farmácia Fitoterápica, que foi resultado do
Fórum de Desenvolvimento Local, em 1999, e que teve como principais parceiros a Prefeitura Municipal, a Paróquia São José e as lideranças locais.
Lago do Junco, um pequeno município maranhense, foi fundado em 1961, pertence à região dos cocais – micro região do Médio Mearim –, está situado a 315 km da capital, São Luís. Em 2000, conforme o IBGE, sua população era de 9.211 pessoas, sendo que 6.102 viviam na zona rural. Estatisticamente, Lago do Junco sempre apresentou indicadores socioeconômicos inferiores aos de outros municípios.
Sua vegetação predominante sempre foi a palmeira de babaçu, planta que outrora estendia-se por toda a região dos cocais e que, por causa da expansão da pecuária, viu-se ameaçada. A extração do fruto dessa palmeira, o babaçu, representava para uma parcela considerável da população rural uma das poucas fontes de renda. Da palmeira do babaçu, produziam-se telhado, óleo, sabonete, esteira, cesto, abanador, carvão para fazer o fogo, além de