TEXTO II
Não Aprendizagem e Dinâmica das Relações Familiares
Unidade II
2 Desenvolvimento Cognitivo e Afetivo: Interfaces entre a
Psicanálise e a Psicopedagogia
Diferenciar problemas de aprendizagem de sintomas que envolvem outro tipo de diagnóstico clínico e a ausência de uma estrutura adequada para se estabelecer a relação ensino‑aprendizagem têm sido um dos grandes desafios que insiste em perpetuar. Dizer que a criança tem “problema de aprendizagem” é muitas vezes transferir para um único ator a responsabilidade de um conjunto de situações, sendo a maioria delas a própria criança.
Problemas de aprendizagem têm sido o nome encontrado por profissionais de várias áreas para tentar falar do que não corresponde ao esperado no processo de aprendizagem. Cada campo de saber define o problema de aprendizagem de um modo particular (MAIA; MEDEIROS; BULIK, 2009, p.1).
Desta forma, pretende‑se neste módulo discutir o desenvolvimento cognitivo e afetivo e de que forma a Psicanálise e a Psicopedagogia podem contribuir com o trabalho do educador, em especial o psicopedagogo, que poderá assim lançar mão de referenciais teóricos que o ajudem a orientar o encaminhamento correto, tanto no que concerne ao aluno, ao profissional, à família e à escola.
A consequência desse tipo de prática é a perpetuação de preconceitos e marcas que podem inviabilizar a aprendizagem por desistência dos envolvidos (a criança, família, escola e sociedade). Patto (1997, p. 1, apud MAIA et al., 2009, p. 1) afirma que:
Tais práticas e processos produzem nos alunos atitudes e comportamentos que são comumente tomados como ‘indisciplina’, ‘desajustamento’, ‘distúrbio emocional’, ‘hiperatividade’, ‘apatia’, ‘disfunção cerebral mínima’, ‘agressividade’,
‘deficiência mental leve’ e tantos outros rótulos caros a professores e psicólogos.
O domínio desse referencial teórico é fundamental para o psicopedagogo diagnosticar com propriedade as causas que podem dificultar o