TEXTO 2
Segundo Kuhn1 paradigmas são" as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade".
Uma Ciência encontra-se numa fase de normalidade. Seu paradigma, seus conceitos e suas leis explicam todos os fatos e fenômenos (1). De repente, surge algo que é novo, diferente do já conhecido e os conceitos e leis não conseguem explicar esse novo. Para Kuhn236 aconteceu uma anomalia na ciência normal (2). Após essa anomalia vem a crise do paradigma
(3). Mediante a crise, começam as pesquisas extraordinárias ou excepcionais, em busca da explicação do novo fato ou fenômeno que ocorreu (4). Quando se conseguir novos conceitos e princípios para explicar a anomalia, emerge o novo paradigma da ciência (5). Neste momento, a ciência retorna a um estado de normalidade (6). A revolução científica é um fenômeno aberto, como uma espiral
2. A TRAJETÓRIA DA CIÊNCIA E SEUS PARADIGMAS
Para Cardoso3 podemos pensar a trajetória da ciência com base em três paradigmas.
Vejamos suas características.
Paradigma Teocêntrico
Para o autor esse paradigma supõe o reino (a verdade) no outro mundo (mundo de
Deus). Ou seja, é o paradigma dos dois mundos. Foi dominante entre a Antiguidade e a Idade
Média. Suas fontes primárias são os pensamentos de Orfeu (séc. VI a.C.) e a doutrina judaicocristã ou cristianismo. O conceito de universo era o geocêntrico Este paradigma é também
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KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1995. p.13. 36.
Id., ibid.
CARDOSO, Clodoaldo M. A canção da inteireza. São Paulo: Summus, 1995.
denominado de escolástico aristotélico-tomista, e foi predominante até o final da Idade Média. Era um meio-termo entre religião e ciência que correspondeu à interpretação, por Santo Tomás de
Aquino, dos preceitos filosóficos de Aristóteles, buscando uma conciliação entre razão e fé subordinada ao dogmatismo cristão4.
No Renascimento