TEXTO 2
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INTRODUÇÃO Na história do desenvolvimento humano, a visão do progresso confundia-se com o crescente domínio e transformação da natureza. Neste contexto, os recursos naturais eram considerados ilimitados, sendo a preservação da natureza vista como antagônica ao desenvolvimento. Os primeiros sinais de que esta era uma visão equivocada foram as considerações a respeito da poluição do ar e da água, que levou à geração do conceito de controle ambiental e o estabelecimento de legislação limitando a geração de poluentes. No modelo produtivo atual os resíduos sempre são gerados, seja na produção de bens de consumo duráveis (edifícios, pontes e estradas) ou não duráveis (embalagens descartáveis). Neste modelo a produção quase sempre utiliza matérias-primas não renováveis de origem natural, o que, até recentemente, não apresentava problemas em razão da abundância de recursos naturais e menor quantidade de pessoas incorporadas à sociedade de consumo (JOHN, 2000). Os resíduos sólidos transformaram-se num grande problema com o aumento populacional e o consequente inchaço dos grandes centros urbanos decorrente da Revolução Industrial, a qual propiciou o aparecimento de novas tecnologias e a diversificação de bens de consumo. Inserida neste contexto encontra-se a indústria da construção civil, que é certamente a maior consumidora de recursos naturais de qualquer economia e grande geradora de resíduos. Para a mitigação dos seus impactos é necessário o desenvolvimento de técnicas de reciclagem que combinem desenvolvimento técnico com proteção ao meio ambiente. Segundo Angulo et al., (2004), os resíduos sólidos denominados como resíduos de construção e demolição (RCD), são de maneira geral uma preocupação relativamente recente no Brasil, diferente da realidade de outros países como EUA, Alemanha e Holanda, onde já existem políticas que privilegiam a compra de produtos ambientalmente sustentáveis. O autor salientou que em cidades onde não existem políticas modernas de gerenciamento