Tese de gobineau
Gobineau não se deu por vencido e afirmou: “Tão certo como circula sangue mesclado nas veias da maioria dos cidadãos de um Estado, estes se sentem movidos pela força do número a proclamar como uma verdade vigente para todos e que somente é verdade para eles, a saber: que todos os homens são iguais”. O seu preconceito não era apenas contra as raças não-brancas e sim contra o próprio povo francês.
A teoria racista, justificadora da dominação feudal, se transformaria numa ideologia justificadora da dominação dos países capitalistas centrais sobre os países da África, Ásia e América Latina e também da dominação de uma elite proprietária sobre o conjunto da população trabalhadora.
O “gobinismo”, como uma ideologia ainda permeada por preconceitos feudais (pré-burgueses), não podia ser incorporado na sua integralidade ao arcabouço ideológico da moderna burguesia européia e norte-americana. Um dos seus aspectos mais problemáticos era o pessimismo próprio da pequena nobreza decadente, que se refletia na tese de que “a raça branca original havia desaparecido da face da terra” e que ela estaria agora representada por “bastardos”. Segundo Lukács, a obra de Gobineau “lançou no mundo pela primeira vez um panfleto pseudocientífico realmente eficaz contra a democracia e contra a igualdade, baseada na teoria racista. O livro de Gobineau constituiu, ademais, a primeira tentativa ambiciosa de reconstruir toda a história universal por meio da teoria racista, reduzindo a simples problemas raciais todas as crises da história, todos os conflitos e as diferenças sociais”.
Afirmava ele a