josehp de gobineau

3934 palavras 16 páginas
Joseph Arthur de Gobineau, o conde Gobineau

INTRODUÇÃO

Joseph Arthur de Gobineau, o conde Gobineau, era um literato com vasta produção, porém os quatro volumes do Essai sur l’inégalité des races humaines – Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas – foram o seu trabalho mais conhecido.
Na citada obra, o conde procurava compreender a causa da ascensão e queda das grandes civilizações e chegara à conclusão de que a questão étnica era a mola propulsora da história. A mistura de raças seria, portanto, a razão para o fim das grandes civilizações. Nesse caso, os brasileiros não seriam dignos de um bom prognóstico por parte do conde, o qual acreditava que em menos de duzentos anos essa população seria extinta.
O francês esteve no Brasil em missão diplomática no ano de 1869, recebido pelo imperador brasileiro, D. Pedro II, quando foi designado ministro plenipotenciário da França na corte brasileira, os quais selaram uma amizade sincera que perdurou até a morte de Gobineu, em 1882.
Se a erudição do imperador surpreendera positivamente o conde, o mesmo não se pode dizer acerca dos brasileiros. A miscigenação de raças produzira-lhe desagradável impressão frequentemente expressa pelo diplomata em atitudes e palavras:

Já não existe nenhuma família brasileira que não tenha sangue negro e índio nas veias; o resultado são compleições raquíticas que, se nem sempre repugnantes, são sempre desagradáveis aos olhos.

Para Gobineau, os brasileiros carregavam defeitos ainda mais graves, como o de serem avessos ao trabalho, “evitam mover uma palha para fazer qualquer coisa de útil, até mesmo para se afogarem”,3 dados a vícios e, também, eram pouco férteis e fisicamente enfraquecidos, o que garantiria sua diminuição e aniquilamento em menos de dois séculos.
O artigo escrito para o Le Correspondant intencionava atrair às terras brasileiras uma população “desejável”, a fim de substituir a população “degenerada” que caminhava a passos largos para o desaparecimento.

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