Relações entre as teorias do racismo do século XIX e do nazismo do século XX
Um dos primeiros grandes teóricos racistas do século XIX foi o Conde Joseph Arthur de Gobineau (1816-1882). Na sua juventude estudou línguas orientais e escreveu vários folhetins que tiveram alguma repercussão popular. Quando Aléxis de Tocqueville foi indicado ministro de Negócios Estrangeiros pelo então presidente Louis Bonaparte, chamou o jovem Gobineau para ser seu secretário particular. Após o golpe de Estado de Louis Bonaparte (1852), ele se projetou na diplomacia, se colocando a serviço dos interesses coloniais franceses.
Em 1855 publicou a primeira parte de sua principal obra Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas, que somente foi concluída em 1858. Nela expõe sua tese sobre a existência de uma superioridade inata das raças brancas e louras (arianas) sobre todas as outras. Para sua infelicidade, entre 1869 e 1870, foi nomeado representante diplomático no Brasil. Esta foi a experiência mais traumática da sua vida, pois nada mais desagradável para um político e cientista racista que ser obrigado a viver num país onde predominavam amplamente raças consideradas inferiores. Chegou mesmo a afirmar que o único membro da raça superior que encontrou no Brasil foi Dom Pedro II, que se tornou seu amigo.
Cesare Lombroso: o crime está na cara.
A última tentativa expressiva de dar status científico ao racismo moderno foi a teoria do criminologista italiano Cesare Lombroso (1835-1909). Nasceu em Verona e exerceu o cargo professor de psiquiatria e medicina forense. Seu grande prestígio internacional foi conquistado graças a sua tentativa de demonstrar a relação existente entre as características físicas dos indivíduos e sua capacidade mental e propensões