Terceiro capítulo de " a condição humana"
“Assim”, a distinção de Locke entre as mãos que trabalham e o corpo que “labora” é de certa forma, reminiscente da antiga distinção grega entre [...] o artífice [...] e aqueles que, como “escravos e animais domésticos, atendem com o corpo às necessidades da vida” (p. 90).
“Os antigos raciocinavam de outra forma: achavam necessário ter escravos em virtude na natureza servil de todas as ocupações que servissem às necessidades da manutenção da vida [...]. elo fato de serem sujeitos às necessidades da vida, os homens só podiam conquistar a liberdade subjulgando outros que eles, à força, submetiam a necessidade” (p. 94).
A instituição da escravidão na antiguidade não era para obter mão de obra barata, mas sim uma tentativa de excluir o labor das condições da vida humana.
Na era moderna não se produziu nenhuma teoria que distinguisse animal laborans e homo faber, mas tão somente entre o trabalho produtivo e improdutivo, mais tarde, entre o qualificado e não qualificado e, finalmente, entre trabalho manual e intelectual. Contudo, somente a distinção entre trabalho produtivo e improdutivo que foi mais a fundo com Karl Marx e Adam Smith. “O próprio motivo da promoção do labor como trabalho da era moderna foi a sua “produtividade” (p. 96).
“Realmente, é típico de todo labor nada deixar para trás de si: o resultado do seu esforço é consumido quase tão depressa quanto o esforço é despendido” (p. 98).
“O labor de alguns é bastante para a vida de todos” (p. 99).
“Numa sociedade completamente “socializada” cuja única finalidade fosse a sustentação do processo vital [...] a distinção entre trabalho e labor desapareceria completamente; todo trabalho tornar-se-ia labor, uma vez que todas as coisas seriam concebidas não em sua qualidade mundana e objetiva, mas como resultados da força viva do labor, como funções do processo vital” (p. 100).
A distinção entre o trabalho qualificado e o não qualificado não ganhou