Terceirização
1.1 – DESINDUSTRIALIZAÇÃO
O termo desindustrialização tem sido utilizado para denominar o processo de redução gradual da participação da indústria na economia de um país. Teoricamente, esta diminuição da contribuição industrial para o PIB é considerada por alguns estudiosos como parte de um processo natural do desenvolvimento econômico de um país, de acordo com o comportamento que convencionalmente se denomina curva em formato de U invertido (SQUEFF, 2012). Esta mudança passa a ser negativa para a economia quando o PIB per capita desta nação no momento da mudança é substancialmente menor em comparação ao de países desenvolvidos neste mesmo período.
No caso brasileiro, o aumento da perda da participação da indústria no PIB, intensificado após a crise de 2009, e a necessidade de importação de bens duráveis e de consumo, a princípio devido à capacidade produtiva insuficiente, e que atualmente já substitui parte da produção doméstica, aumenta o receio de que o Brasil esteja passando por um aprofundamento do processo de desindustrialização (ALMEIDA, 2012).
Por outro lado, segundo Nakahodo e Jank (2006), Nassif (2008), Bonelli e Pessoa (2010) e Soares e Teixeira (2011)
“... identificam-se dados que contradizem esta hipótese, como a resiliência do emprego industrial, e argumenta-se que o processo de terceirização da mão de obra, mudanças nos preços relativos e mudanças metodológicas nas contas nacionais brasileiras, entre outros, justificam a desindustrialização ‘natural’”.
Alguns dos fatores que contribuem para a desindustrialização são enumerados a seguir:
- Valorização da moeda nacional em relação ao dólar e aumento das exportações dos produtos básicos (matérias- primas e insumos). Neste contexto, a valorização cambial aliada ao aumento das exportações de commodities levaria ao processo de desindustrialização (BRESSER PEREIRA e MARCONI, 2008);
- Perda de competitividade da indústria nacional e aumento do conteúdo importado na mesma