Terapia nutricional
Em pessoas com SIC, ocorrem três adaptações de terapia nutricional. Na primeira adaptação que ocorre com até 3 meses de duração, há desequilíbrio hidroeletrolítico decorrente da diarreia intensa. Nesta fase, a nutrição deve ser feita exclusivamente via parenteral, sendo a reposição concomitante de líquidos e eletrólitos de fundamental importância. O segundo momento, com duração de até um ano, corresponde ao período de adaptação no qual há estabilização da diarreia, permitindo o início da dieta via oral. Na terceira adequação, a adaptação máxima é atingida e a dieta via oral é elaborada de maneira a oferecer todos os nutrientes necessários para manutenção de um bom estado nutricional. No pós-operatório a nutrição venosa é mantida pelo tempo que for necessário até que o paciente evolua para uma fase de adaptação. A reposição de vitaminas também se faz necessária, sendo a vitamina B12 e o ácido fólico fornecidos semanalmente por via parenteral e a vitamina K de acordo com o controle do tempo de protrombina. A suplementação de vitamina D é importante na prevenção da hipocalcemia e alterações ósseas em portadores de SIC, particularmente nos mantidos em nutrição venosa. As dosagens séricas de fósforo e magnésio orientam o fornecimento destes elementos. Nesta fase a preocupação consiste na reposição hidroeletrolítica. Os triglicérides de cadeia curta, por serem fonte energética colonócito-específica, podem ser úteis. Toda esta orientação terapêutica é feita em nível hospitalar na fase inicial ou então ambulatorialmente ou no domicílio. Progressivamente diminui o número de evacuações e os distúrbios hidroeletrolíticos são menos acentuados. A adição de glutamina e arginina às fórmulas de NPT, fornecem nutrientes importantes em uma grande variedade de reações metabólicas necessárias para o funcionamento das células da mucosa GI e para a resposta imunológica periférica e da mucosa. Na fase dois, o objetivo é fornecer ao paciente todos os nutrientes