teoria
O abismo da desigualdade social e economia entre países ricos e pobres, do qual falam recentes documentos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e do Clube de Roma, reproduz-se também no nível religioso e eclesial: as igrejas do terceiro mundo são igrejas periféricas em relação as Igrejas do centro, e no interior das próprias Igrejas periféricas se reproduz também a desigualdade entre centro e periferia.
Concretamente, na América Latina, a Igreja católica possui relativamente menos agentes pastorais do que nos países do Norte; o povo pobre não tem acesso fácil a colégios católicos particulares e a sua formação catequética é deficiente, apesar de todos os esforços dos escalões da Igreja nos últimos anos para trabalhar com setores populares; ainda existem mais paroquias e mais presença pastoral de religiosos nos bairros periféricos e no campo; são ainda poucos os pobres que começam a ter acesso a Bíblia e começam a participar ativamente na liturgia da Igreja.
Ainda entre o povo pobre e simples é grande o número de analfabetos sobretudo entre as mulheres e os camponeses. Os que sabem ler não dispõem de meios econômicos para comprar livros, não tem tempo para ler nem, no caso de fazê-lo, possuem uma base teológica suficiente para entender a maioria dos documentos eclesiais e teológicos. Esse povo simplesmente não tem acesso aos documentos do magistério da Igreja, nem a textos teológicos, morais ou sociais.
Se no mundo moderno e secularizado observa-se a cada dia uma maior distância entre a fé e a moral oficiais e as do cidadão comum, quanto mais no mundo popular e pobre.
E nada há a dizer sobre as possibilidades dos pobres de participar de longos retiros ou de exercícios espirituais de uma semana: não tem nem tempo para se afastar de seu trabalho e da sua casa durante uns dias nem dispõem de dinheiro para custeá-los.
No terreno pastoral também ocorre algo semelhante ao que ocorre no terreno social e técnico: com os anos,