Teoria politica
Nas eleições municipais podemos observar a predominância de temas locais, abordando problemas mais próximos ao cotidiano dos moradores das cidades. Podemos chamar essa característica de “municipalização” dos debates, que juntamente com o chamado “fenômeno continuidade” – preferência por parte do eleitorado pela manutenção da administração em vigor quando esta é aprovada pelos eleitores – leva a uma ausência de debates ideológicos, permitindo a construção da idéia do “prefeito-síndico”, que estará lá para resolver seus problemas imediatos. Um exemplo notório de “fenômeno continuidade” é a eleição, em São Paulo, de Celso Pitta do PPB continuando o governo de Paulo Maluf. È preciso analisar também como o eleitor decide o voto e que fatores influenciam esta escolha. Várias pesquisas foram realizadas por diversos autores, e sempre faziam uma abordagem sociológica do comportamento eleitoral, buscando uma relação entre voto e posição sócio-econômica, na qual considerava-se que regiões altamente industrializadas teriam preferência por partidos de linha trabalhista-reformista, enquanto as regiões não industrializadas se identificam com partidos conservadores e tradicionalistas. Isso seria mapear a “geografia” do voto. Não foi possível afirmar que apenas essa relação determina o voto do eleitor, sendo necessário considerar outras características como idades, sexo, experiência urbana, esta última incluindo a intensidade em grau e tempo dessas experiências. Pensando em uma análise mais recente, é impossível não levar em consideração a atuação dos partidos e a influência dos meios de comunicação. Com a utilização da mídia nas campanhas eleitorais, os partidos políticos partiram para a conquista de eleitores através da criação de uma imagem de si e para si do eleitorado, buscando a criação de uma identidade com o eleitor e principalmente pautando os temas que orientariam o debate político e o posicionamento dos eleitores.