teoria politica do voto fichamento
Em um artigo publicado na revista Lua Nova, Albuquerque (1992) apresenta uma análise desenvolvida em função de dados obtidos em um estudo cujo objetivo voltava-se à construção de uma tipologia do eleitorado. Esta análise aborda a dimensão de orientação do voto, uma das dez dimensões sugeridas pelo autor para a construção de tal tipologia, a fim de definir tipos de comportamento eleitoral, o que contribuiria para prever possíveis resultados eleitorais.
O autor atesta a necessidade de prever o voto de grupos ou categorias de eleitores, devido a dificuldade de saber de antemão o voto de cada eleitor, o que permitiria tratar o problema em termos probabilísticos. Segundo ele “sabendo como votam determinados tipos de eleitor, será possível explicar por que eles escolhem determinados tipos de candidato” (Albuquerque,1992). Albuquerque considera três tipos de eleitores: os que votam em função da expectativa de desempenho, os que votam devido sua identificação com o candidato e os que escolhem seus candidatos por oposição aos demais. Daí surge três categorias de orientação do voto, as quais pressupõem que os eleitores votam por identificação, por oposição ou por totalidade. Isto sugere, segundo o autor, que o voto é uma ação racional estratégica, de modo que no voto por identificação o eleitor valoriza o ator e sua ação, votando em alguém de sua profissão, religião, partido; no voto por identificação valoriza mais a remoção do obstáculo ou derrota do adversário, vota em quem tem os mesmos adversários que ele; no voto por totalidade valoriza mais os resultados, ele vota em quem irá realizar o que espera e precisa.
Quanto à orientação partidária, o autor chama a atenção para o fato de que ela engloba as três categorias de identificação, oposição e totalidade, porém com significado distinto do