Teoria Democratica atual
Neste texto, Luiz Felipe Miguel tem como idéia principal discutir as várias correntes teóricas que se buscam pensar a democracia. Ele nos mostra por meio de exemplos e uma vasta gama de autores e modelos as diversas correntes de democracia, seus principais pontos fortes e seus problemas. E busca mostrar até que ponto elas se afastam ou se aproximam do ideal de democracia existente em seus primórdios. Desse modo, o autor inicia o texto dizendo que a prática da democracia e o discurso sustentado por aqueles que fazem dela seu objeto político passou por uma mudança de significado, para melhor se adequar aos interesses daqueles que a tomaram como objeto político. Estas novas formas mudaram também os valores presentes na pratica democrática, levando a rejeições de “democracias populares”, como do leste Europeu, ou “democracia relativa”, como no caso do Brasil quando governado sob ordens militares. Contudo, os regimes correntes no ocidente, apesar de serem aceitos e chamados de democracia, compõem-se de regimes nos quais as decisões são tomadas por uma minoria governante e não pela maioria. O papel do povo nestas, então é a submissão a estas decisões. Assim temos uma contradição entre o sentido normativo corrente e as praticas aceitas, ou seja, o governo do povo e regimes eleitorais. Sendo a democracia uma forma de tomada de decisões do povo e que concede á este o controle social, e para isto o autor usa uma definição de David Beetham, Miguel observa que existe uma controvérsia em toda idéia de democracia atual, e isto pode ser visto como um efeito do valor que confere aos grupos nas disputas políticas contemporâneas. A palavra democracia, e não só o significado mas também a idéia que fazemos dela é proveniente da Grécia antiga. Ela significava o governo popular, alguns aspectos fundamentais para essa caracterização incluíam: assembléia popular, sorteio para preenchimento dos cargos públicos, pagamento pelo exercício