ORIGEM DA MOEDA Historicamente, porém, diversos bens assumiram o papel de meio troca amplamente aceito: sal, gado, conchas, metais preciosos. Esse fenômeno, o surgimento da moeda, constituiu-se um mistério por muito tempo, tentando ser explicado por diversos pensadores, desde filósofos, como Platão e Aristóteles até matématicos, juristas, entre tantos outros. Infelizmente, a maioria das explicações tinha como argumento central uma suposta ?convenção? entre os indivíduos, que houveram por bem adotar um meio de troca padrão para facilitar as transações. Esse argumento dá margem a diversos questionamentos: a ausência de evidência histórica para corrobora-lo e a impossibilidade de se acordar uma proporção de troca entre os mais diversos bens de uma economia e o bem adotado como moeda, para citar os mais relevantes. Diante disso, Menger expôs uma caractéristica do mercado que até não tinha recebido a devida atenção por parte dos pensadores: os diferentes graus de liquidez dos bens. Menger define a liquidez de um bem como a facilidade com que esse bem é vendido em um determinado espaço e tempo, ao chamado ?economic price?¹. É essa ação inicial de indivíduos astutos que passam a trocar bens de menor liquidez por bens de mais liquidez, a responsável pela monetarização da economia. Naturalmente, os bens que possuem maior liquidez em um determinado espaço e tempo, vão ser os grandes alvos desses indivíduos (Menger explica nesse ensaio o porquê dos metais preciosos, em geral prata e ouro, serem objetos naturalmente propensos a virarem moeda). A partir do momento que os outros agentes perceberem essas ações desses indivíduos e os motivos por trás delas, isto é, a partir do momento em que eles perceberem a vantagem que possuem em trocar seus bens de menor liquidez por os de maior liquidez, os bens que naturalmente já eram os mais liquídos aumentam ainda mais essa característica, tornando-se amplamente aceitos nas transações, até chegaram a