Teoria de holland
Em 1959, John Holland propôs uma teoria de escolha vocacional baseada na idéia de traço e fator (Holland, 1959), a qual foi sendo ampliada e reformulada ao longo dos anos e constitui-se hoje em uma das mais pesquisadas no âmbito do desenvolvimento vocacional e de carreira. A teoria de Holland mapeia seis principais dimensões de interesses vocacionais, que ele considera como expressões tanto da personalidade quanto dos próprios ambientes de trabalho. De fato, estudos empíricos têm apoiado a idéia de que as dimensões de interesses vocacionais propostas por Holland têm estreita relação com traços de personalidade (Holland, 1999). É importante ressaltar que o termo "vocacional" é utilizado aqui não em um sentido de uma característica individual que supostamente se encontre escondida nos indivíduos à espera de ser descoberta, mas apenas como um adjetivo que se refere àquilo que diz respeito ao mundo profissional ou ocupacional dos sujeitos. De acordo com o modelo de Holland, uma escolha vocacional ótima resulta de uma combinação de características individuais com as características dos ambientes de trabalho. Ele postulou teoricamente, e empiricamente identificou seis grandes dimensões de interesses vocacionais e de ambientes de trabalho: realista, investigativa, artística, social, empreendedora e convencional (as iniciais de cada uma destas dimensões formam uma sigla pela qual o modelo também é conhecido: RIASEC). Segundo a teoria, as pessoas buscam ambientes nos quais possam exercer suas habilidades, expressar suas atitudes e valores e assumir papéis e problemas congruentes com seus interesses. Além disso, o comportamento individual não é determinado apenas pelas características pessoais ou do ambiente, mas resulta de uma interação entre personalidade e contexto (Spokane, 1996). Embora todas as pessoas apresentem nuanças das seis dimensões, o modelo de Holland postula a predominância de uma delas sobre as demais,