teogonia
A Teogonia é a narrativa clássica da origem do cosmos, dos deuses e dos heróis na mitologia grega.
O livro que hoje conhecemos como Teogonia é a compilação de uma série de narrativas orais que se reúnem sob o nome de Hesíodo e trata da genealogia e hierarquia dos deuses e heróis da mitologia grega. Atualmente, tem-se a visão de que a mitologia foi criada para não apenas explicar a origem do universo, das coisas, do homem, dos costumes e regras sociais, mas também como instrumento ideológico para a manutenção do poder da classe aristocrática na Grécia pré-democracia. O livro é composto de três momentos principais que se dividem conforme veremos abaixo:
- A Cosmogonia (cosmos = universo; gonia = gênese, origem) relatou de forma imagética a origem do mundo, da natureza, dos seres inanimados como fundamento da realidade. Nesta passagem, Hesíodo falou de quatro deuses principais: Caos (a indiferenciação, o nada caótico que depois ganha forma, mas é a origem de tudo); Gaia ou Geia ou ainda Gé (a mãe terra, fecundadora); Tártaro (o mundo subterrâneo, que depois veio a ser chamado de inferno pelo mundo cristão) e Eros (o amor ou desejo). Esses quatro proporcionam a imagem que vai do nada, da matéria informe, passando pela constatação da sua formação com Gaia até a constatação do fenômeno do surgimento e desaparecimento dos seres.
Do Caos surgiram Érebo e Nix (noite) e desta última nasceu Éter e Hemera (dia). Da união entre Gaia e Tártaro surgiu Urano (o céu), Montes (as montanhas) e Pontos (o mar), encerrando a primeira fase da cosmologia.
A segunda parte tratou da soberania de Urano, que se uniu à sua mãe, Gaia, e geraram os Titãs (Oceano, Ceos, Crio, Hiperíon, Jápeto e Cronos), as Titânidas (Teia, Reia, Mnemósina, Febes e Tetis), os Ciclopes e os Hecatonquiros. Há outras relações das quais outros deuses e semideuses vão surgindo. No entanto, vamos nos concentrar no fim visado pela Teogonia.
A segunda parte do livro visava ao