Teogonia Ôntica
Autoria: Jaydes Fuly – 23/01/13
Qual é o primeiro impulso humano? Qual é a nossa inclinação mais primária?
Qual é a raiz de toda nossa natureza? Por qual semente fomos gerados a ser o que somos - humanos? O que é ser humano?
Vivemos uma era que sucede o tempo das definições. Com a modernidade veio o ímpeto por classificar, quantificar e qualificar as informações que tínhamos acesso. O exame precavia essa análise em seu início, seu processo e seu final, e ao concluir fica decidido continuar garimpando objetos e objetivos de estudo que valham a saciedade desta fome.
Dissecamos a natureza, o macro e o micro já são realidades acessíveis.
Vislumbramos os desafios de um imprevisível mundo natural, recheado de mistérios, deuses, crenças e vultos, para determiná-lo em leis que nos dão alguma margem de segurança ao tentar prever como sucederá sua aleatoriedade. Somos doutores da vida. Do cosmos. Da matéria.
Ainda assim somos incapazes de nos satisfazer com o que somos: humanos.
Chegamos a um ponto crítico do nosso tempo onde o maior dos avanços já não é mais capaz de ofuscar nossa deficiência a respeito de nós mesmos. Os milhões de anos por onde caminhou nossa evolução providenciaram tudo para vida exceto a aceitação de quem somos.
Fomos equipados com um aparelho sensitivo e perceptivo que favoreceu em condições adversas a nossa sobrevivência até aqui. Criamos ferramentas, construímos abrigos, resolvemos problemas, elaboramos métodos e sistemas, armas, estruturamos conceitos, definimos trilhos para ordem social, nos protegemos da natureza, das doenças, de outros humanos, mas permanecemos estáticos na crise que estes milhões de anos não puderam por fim. A crise que o homem enfrenta ao se deparar com sua própria humanidade.
Existe uma doutrinação muito interessante que conjuga a existência dos deuses, mitos, credos e ritos religiosos a um destes mecanismos biológicos que o cérebro humano desenvolveu para