Tensões dialéticas
O autor aponta no artigo três tensões dialéticas. A primeira ocorre entre a regulação (ordem) e a emancipaçãosocial (progresso). Segundo o artigo, até os anos sessenta as crises de regulação social levavam a busca pela emancipação (revoluções socialistas, estado protecionista). Nas ultimas décadas esses modelos de emancipação entraram em crise e levaram consigo as formas de regulação social (estado intervencionista) a qual se opunham e tentavam superar. Atualmente, a crise entre a expectativa dos cidadãos quanto a regulação (Estado) e a emancipação (Estado minimalista, liberalismos econômico)alimentam-se simultaneamente; e as políticas dos direitos humanos, por ser tanto regulação quanto emancipação social, tornam-se mecanismos para superar essa dupla crise.
A segunda tensão dialética ocorre entre o Estado e a sociedade civil. De um lado o Estado criador de leis de regulamentações, de outro a sociedade civil que tenta de organizar politicamente para exigir do Estado a capacidade de se autorregular e se autoproduzir. Nas ultimas décadas essa tensão passou a ser entre as classes sociais; os que produzem melhor sobre a forma de sociedade civil organizada e, os que preferem ficar sobre a tutela do Estado.
Terceira tensão A terceira tensão ocorre entre o Estado-nação e o que designamos por globalização. O modelo político da modernidade ocidental é um modelo de Estados-nação soberanos, coexistindo num sistema internacional de Estados igualmente soberanos — o sistema interestatal. Com a desenfreada intensificação daglobalização, as políticas estatais de direitos humanos ficam fragilizadas, com isso, tem-se discutido aformulação de uma política de direitos humanos global, agente ativa de emancipaçãosocial a nível global. Entretanto, não há como falar de emancipação socialdesconsiderando culturas e, até mesmo, religiões; portanto, ao se almejar uma políticade direitos humanos a nível global, deve-se considerar as