Resenha: Pragmatica do saber cientifico de Lyotard
Segundo o filosofo, uma proposição comporta um grupo de tensões que influenciam cada um dos postos pragmáticos (remetente, destinatário, referente), colocados em xeque. Através dessas tensões, que se pode regular a aceitabilidade de uma determinada proposição, enquanto ciência. Lyotard pega como exemplo Nicolau Copérnico e sua teoria da trajetória circular dos planetas.
Quando o remetente (Copérnico) apresentar a sua teoria a um determinado destinatário, ele deverá possuir evidencias suficientes, tanto para provar que o que diz é real, quanto para derrubar idéias contrarias as suas. Já o destinatário, automaticamente, passa a ser um remetente, pois ele deve justificar o seu assentimento ou dissentimento, gerando assim um debate. Surge então um importante questionamento, que pode derrubar qualquer cientista: ‘‘... O que prova que minha prova é verdadeira?’’. Para solucionar essa pergunta, deve-se observar uma dupla regra, a da dialética e a da metafísica.
Também chamada pelo filosofo de retórica do tipo judiciário, a dialética discorre sobre o que o material comprobatório pode fornecer no debate. Ou seja, podendo provar, é permitido se pensar a realidade como eu a digo. Já a metafísica exige que o referente (proposição) não forneça um conjunto de provas contraditórias ou inconsistentes. São tais regras que mantém o que a ciência chama de verificação ou falsificação, que propiciam ao debate o consenso. Lyotard afirma que mesmo não sendo real, um enunciado pode levar os debatedores a um consenso.
É essencial para um cientista, que o destinatário, posteriormente, se torne um remetente. Pois é vital a geração de um debate contraditório e o repasse do consenso criado para outros. Nesse momento a competência do cientista esta em jogo, pois ela depende de que o seu enunciado seja considerado discutível ou não.
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