Tempo e eternidade na filosofia existencial de Soren Kierkegaard
Departamento de Filosofia
Filosofia Geral II
Aluno: Rodrigo Melo
Tempo e eternidade na filosofia existencial de Søren Kierkegaard
Introdução
O presente trabalho tem por objetivo discutir as definições e as relações existentes entre os conceitos de tempo e eternidade presentes no pensamento do filósofo dinamarquês Søren Abbey Kierkegaard. Para tanto, será, inicialmente, feita uma breve introdução ao pensamento do autor e ao contexto no qual encontra-se inserido na história da filosofia; no momento seguinte, será exposta a noção kierkegaardiana de homem como síntese, que nos abrirá o caminho para atingirmos nossa questão central, a saber: a compreensão de suas concepções de temporalidade e de eternidade; e, por fim, à guisa de conclusão, serão oferecidas algumas considerações finais, buscando-se arrematar – de forma breve – as ideias até então apresentadas.
Filosofia e existência em Kierkegaard
Nas raríssimas vezes em que se ouve alguma menção ao pensamento de Kierkegaard, geralmente o discurso encontra-se ligado ou à sua clássica concepção dos três estádios da existência, ou à sua alegada paternidade do existencialismo. Entretanto, até mesmo um olhar superficial sobre o corpus kierkegaardiano é capaz de revelar, com bastante clareza, a forte repulsa que Kierkegaard sempre nutriu em relação aos sistemas filosóficos. Dessa forma, nada seria mais irracional do que ele próprio desenvolver um tipo de pensamento contra o qual combateu por praticamente toda a vida, seja ele de cunho existencialista ou de qualquer outra natureza. A existência, para Kierkegaard, definitivamente, não se ajusta a sistemas. Segundo ele:
Um pensador ergue um grande edifício, um sistema, um sistema que abrange o todo da existência, história do mundo, etc., e se sua vida pessoal é considerada, para nosso espanto faz-se a descoberta assustadora e burlesca de que ele mesmo não vive pessoalmente neste grande e abobodado palácio, mas numa cabana ao lado, ou numa