Telejornais
Os telejornais, no contexto democrático, poderiam ser analisados como meios de fabricação de consenso, distorcendo a cobertura das notícias? Para responder este pergunta, é preciso conhecer como evoluíram e como estão estruturados.
1 Imagem e palavra, na TV.
No que se refere ao Brasil, a televisão é o mais importante meio de comunicação de massa. A fascinação exercida pela TV não encanta apenas brasileiros e só pode ser explicada quando admitimos a premissa do canadense Marshall Mcluhan: “o meio é a mensagem”. Há que se aceitar o primado da forma sobre a função desempenhada pelo conteúdo da mensagem. O que importa, no fundo, não é o que se assiste na televisão, mas o próprio ato de assistir TV.
A televisão parece hipnotizar. Quem liga o aparelho de TV para assistir um programa determinado, corre o risco de passar horas sob o fluxo de imagens. O discurso da TV integra estruturalmente toda a programação, é um fluxo audiovisual ininterrupto que integra programas e propagandas com os mais variados conteúdos. A utilização do controle remoto ampliou a convergência entre esses dois fatores aparentemente contraditórios: o fluxo integrador e os conteúdos diversos. Tal convergência leva muitos telespectadores a perderem a capacidade de identificar os contornos que separam a realidade da ficção:
“A inocência de um desenho animado pode ser interrompida subitamente por um segmento de discurso sobre as propriedades de um biscoito, ao qual se segue um trailer de um filme da sessão da noite mostrando cenas de sexo e violência, uma chamada para o telejornal anunciando outras cenas de violência real, sem que nada as diferencie da violência fictícia mostrada há pouco, volta-se a uma