Raiva
A raiva é uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus rábico contido na saliva do animal infectado. Apesar de conhecida desde a antiguidade, a raiva continua sendo um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, especialmente a transmitida por cães e gatos, em áreas urbanas, mantendo a cadeia de transmissão animal doméstico/ homem.
Sua gravidade está relacionada à sua alta letalidade (100%) e alto custo na assistência às pessoas expostas ao risco de adoecer e morrer.
Agente etiológico
O vírus rábico pertence ao gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae. Possui aspecto de um projétil e seu genoma é constituído por RNA. Apresenta dois antígenos principais:
Ag. de Superfície – glicoproteína, responsável pela formação de anticorpos neutralizantes e adsorção vírus-célula.
Ag. Interno – nucleoproteína, que é grupo específico.
Reservatório
No ciclo urbano, as principais fontes de infecção são o cão e o gato. No ciclo rural, as fontes são vacas e cavalos, uma vez que contaminados por cães ou morcegos.
No ciclo silvestre, no Brasil, o morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia. Outros reservatórios silvestres são: macaco, raposa, coiote, chacal, jaritataca, gato-do-mato.
Período de Incubação
É extremamente variável, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no homem e de 10 dias a 2 meses no cão. Em crianças, existe tendência para um período de incubação menor que no indivíduo adulto. Está diretamente ligado a:
Localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou contato com a saliva de animais infectados (contato direto do sangue ou saliva do animal com pele lesionada ou mucosa do homem é mais grave).
Distância entre o local do ferimento, o cérebro e troncos nervosos.
Concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral.
Período de transmissibilidade
Em cães e gatos a eliminação de vírus pela saliva ocorre de dois a cinco dias antes do aparecimento dos