Ted - comentário do filme
Brinquedos sempre ganham vida na imaginação de qualquer criança durante a época da inocência. Mas e se um urso de pelúcia pudesse realmente ganhar vida? E mais, se ele prometesse ser um amigo inseparável? É com esse tom de fábula que Seth MacFarlane, responsável pelo sucesso “Uma Família da Pesada”, estrela, roteiriza e dirige a comédia de humor negro “Ted”.
Em uma noite de Natal, o pequeno John (Bretton Manley) deseja que seu ursinho Ted pudesse falar, para que eles pudessem ser amigos para sempre. Rejeitado pelos colegas, em uma rápida e cômica situação de bullying, John se surpreende quando o desejo é atendido. O “milagre” natalino transforma Ted em uma super estrela, que passa a coexistir na sociedade como qualquer ser humano. Agora aos 35 anos, a vida de John (Mark Wahlberg) parece ter mudado pouco. Por mais que trabalhe e tenha “responsabilidades”, a convivência com Ted, um urso boêmio e desbocado, ainda o infantiliza. Quando sua namorada Lori (Mila Kunis) exige maior compromisso no relacionamento amoroso, John precisa deixar Ted um pouco de lado para tentar amadurecer, mas a tarefa não vai ser muito fácil.
É simplesmente impossível não simpatizar com Ted. Seja por sua tara por mulheres gostosas ou pela necessidade de estar sempre chapado, o ursinho tem um carisma natural. A voz forte de MacFarlane transmite sarcasmo e “maturidade” ao urso durante a fase adulta, sem perder o timing cômico. A relação de John e Ted não parece artificial e nunca fica chata. Não é estranho, a não ser para os pais de John durante a infância, ver um urso andando e falando com naturalidade. O questionamento sobre o tal “milagre” natalino não existe e é um ponto positivo do roteiro, já que poderia encaminhar a trama para o lado errado caso fosse levado a sério demais. Ted apenas ganhou vida e pronto.
Os conflitos de John, que namora há quatro anos com Lori, se intensificam quando a boemia de Ted ultrapassa o aceitável. Não é que John queira ficar longe do seu ursinho, mas